O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), militante da
causa gay, se solidarizou a Felipeh Campos, criador da torcida
organizada Gaivotas Fiéis, ameaçado por um torcedor do Corinthians na
noite de quarta-feira. Ele ainda disse ver a polêmica protagonizada
recentemente pelo atacante Emerson como um serviço prestado.
"Estou absolutamente solidário ao Felipeh. Acho
lamentável que isso tenha acontecido, e só mostra a necessidade que a
gente enfrente o problema da homofobia nos esportes, principalmente no
futebol", disse o deputado federal na tarde desta sexta-feira, em São
Paulo.
Jean Wyllys participou da nona edição do Fórum de
Direito Desportivo, promovido pelo Instituto Brasileiro de Direito
Desportivo, ao lado da Associação dos Advogados de São Paulo. Felipeh
Campos também foi convidado para o painel "Homofobia no Esporte", mas
não compareceu.
O idealizador da organizada Gaivotas Fiéis, uma torcida
gay do Corinthians, já vinha sofrendo ameaças através de redes sociais.
Na quarta-feira, ele foi intimidado por um torcedor do clube enquanto circulava pela Avenida Paulista na companhia de um amigo.
"A iniciativa dele ao criar essa torcida foi a melhor
possível: mostrar que os torcedores do Corinthians podem ser de todas as
orientações sexuais. Ou seja, mostrar que é uma torcida civilizada. Mas
essa intimidação mostra que eles não são tão civilizados assim",
condenou Wyllys.
Diante das ameaças sofridas por Felipeh Campos, o
deputado federal gostaria de ver uma reação por parte do próprio
Corinthians, algo improvável. "Em um momento como esse, seria importante
que o clube e os jogadores prestassem solidariedade a ele", declarou.
Durante sua participação no painel sobre a homofobia no
esporte, Wyllys citou algumas vezes a polêmica envolvendo o atacante
Emerson, que deu um beijo na boca de um amigo e publicou a foto na
Internet. Para o deputado, o atitude do atacante serviu para aumentar o
debate público em torno do assunto, ainda que ele tenha se retratado.
"O Sheik acabou detonando uma discussão sobre algo muito
sério, que é o preconceito no futebol. Acho que prestou um serviço,
embora tenha voltado atrás e pedido desculpas à torcida", ponderou o
deputado, de forma crítica. "Não tinha que pedir desculpas por expressar
afeto pelo amigo. Ele poderia ter tido mais coragem para ir adiante",
disse.
terra.com
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