Dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES) apontam que
somente este ano, o câncer de próstata matou 178 homens na Paraíba. A
doença é uma das que faz mais vítimas no Estado. Em 2011, a doença
liderou com 296 mortes, seguida pelo câncer de estômago com 281 e em
terceiro lugar ficou o câncer de pulmão com 280 óbitos. Em 2012, foi o
segundo tipo de câncer de maior incidência de óbitos no Estado, com 272
mortes. A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) é que este
ano devem surgir 940 novos casos deste tipo de câncer em todo Estado,
dos quais 170 em João Pessoa.
Para alertar a população sobre o câncer de próstata, foi
criado nos moldes do Outubro Rosa (que divulga a importância das ações
de prevenção ao câncer de mama) o Novembro Azul, uma campanha de
conscientização voltada para os homens sobre a importância da prevenção e
do diagnóstico precoce da doença. Assim como a mamografia, os exames
periódicos com um urologista podem detectar precocemente o câncer de
próstata. O Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata é lembrado no
dia 17 de novembro.
Durante todo este mês a Prefeitura de João Pessoa vai
realizar Atividades físicas, exames, cirurgias para retirada da próstata
e oferta de mil consultas em urologia serão algumas das atividades que
irão alertar os homens sobre os exames de rotina. A iniciativa tem o
objetivo de chamar a atenção dos homens para a prevenção de doenças
comuns entre o público masculino, como diabetes, câncer de próstata e
hipertensão arterial.
De acordo com os especialistas o câncer de próstata é a
doença mais frequente do homem, assim como o câncer de mama e o de útero
é na mulher. De acordo com O urologista Arlindo Monteiro ressaltou
que isso causa grande preocupação, principalmente porque, segundo
comentou, não existe políticas públicas voltadas para o homem da mesma
forma como são direcionadas às mulheres.
“As campanhas e as políticas públicas são mais voltadas
para a mulher. É como se o homem fosse um super-homem e não adoecesse”,
lamentou, afirmando que as campanhas existentes são provenientes da
iniciativa da Sociedade Brasileira de Urologia e alguns parceiros. E
adiantou que entre os dias 16 e 20 de novembro será realizado o
Congresso Brasileiro de Urologia, em Natal, onde o câncer de próstata
será um dos principais assuntos em discussão.
Prevenção - O primeiro exame de próstata
deve ser feito aos 45 anos, recomenda o urologista Arlindo Monteiro
Carvalho Júnior, advertindo que caso o homem faça parte do grupo que
possui histórico familiar aumenta o risco de contrair o câncer de
próstata, sendo aconselhável que o especialista seja procurado a partir
dos 40 anos de idade.
Arlindo Monteiro disse que ainda existe preconceito em
relação ao toque retal, principalmente entre os mais velhos na região
Nordeste. Mas admitiu que hoje o homem tem procurado mais os
consultórios especializados porque a informação sobre a doença está mais
acessível e também porque a mulher – seja esposa ou filha – tem
exercido um papel fundamental nesse sentido. “Muitos pacientes meus
chegam à clínica levados pela mulher ou pela filha”, explicou.
O urologista orientou que é muito importante o homem ir
ao médico e se submeter ao toque retal – exame que, segundo disse, é
indolor – e fazer também o teste do PSA (Antígeno Prostático
Específico). Mas adiantou que o médico também aproveita para realizar
outros exames, como identificar taxas de colesterol. Ele recomendou
ainda que ter uma vida saudável, com atividade física e uma dieta com
menos gordura é uma forma de se prevenir a doença.
Conforme o Inca, dos 940 novos casos estimados para este
ano na Paraíba, a taxa de incidência é de em 50,59 de cada grupo de 100
mil homens. Em João Pessoa, essa taxa é de 50,36 de cada grupo de 100
mil homens.
O que é - A próstata é uma glândula que
só o homem possui e que se situa logo abaixo da bexiga e à frente do
reto. A próstata envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a
urina armazenada na bexiga é eliminada, e produz parte do sêmen, líquido
espesso que contém os espermatozoides, liberado durante o ato sexual.
Segundo o Inca, no Brasil, o câncer de próstata é o
segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não
melanoma). Em valores absolutos, é o sexto tipo mais comum no mundo e o
mais prevalente em homens, representando cerca de 10% do total de
cânceres. Sua taxa de incidência é cerca de seis vezes maior nos países
desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento.
Trata-se de uma doença considerada da terceira idade, já
que cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65
anos. Para o Inca, o aumento nas taxas de incidência no Brasil pode ser
parcialmente justificado pela evolução dos métodos diagnósticos
(exames), pela melhoria na qualidade dos sistemas de informação do país e
pelo aumento na expectativa de vida.
Sintomas - Em sua fase inicial, o câncer
da próstata tem evolução silenciosa. Muitos pacientes não apresentam
nenhum sintoma ou, quando apresentam, são semelhantes aos do crescimento
benigno da próstata (dificuldade de urinar, necessidade de urinar mais
vezes durante o dia ou à noite). Na fase avançada, pode provocar dor
óssea, sintomas urinários ou, quando mais grave, infecção generalizada
ou insuficiência renal.
Prevenção - Uma dieta rica em frutas,
verduras, legumes, grãos e cereais integrais, e com menos gordura,
principalmente as de origem animal, ajuda a diminuir o risco de câncer,
como também de outras doenças crônicas não transmissíveis. Outros
hábitos saudáveis também são recomendados, como fazer, no mínimo, 30
minutos diários de atividade física, manter o peso adequado à altura,
diminuir o consumo de álcool e não fumar.
SERVIÇO
Na Paraíba existem quatro unidades de referência para o
tratamento do câncer, todos oferecendo Quimioterapia, Radioterapia e
Cirurgias tanto para rede pública como para a privada.
Em João Pessoa: Hospital Napoleão Laureano e o Instituto Walfredo Guedes Pereira
Em Campina Grande: Fundação Assistencial da Paraíba - FAP e o Hospital Universitário Alcides Carneiro.
De acordo com Gerlane Carvalho de Oliveira
Coordenadora do Núcleo de Doenças e Agravos Não Transmissíveis
Secretaria de Estado da Saúde o câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo, podendo surgir em qualquer parte do corpo, mas alguns órgãos são mais afetados do que outros. Entre os mais afetados estão próstata, mama, colo do útero, pulmão, cólon e reto (intestino grosso), estômago e cavidade oral (boca). Cada órgão, por sua vez, pode ser afetado por tipos diferenciados de tumor, menos ou mais agressivos.
Coordenadora do Núcleo de Doenças e Agravos Não Transmissíveis
Secretaria de Estado da Saúde o câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo, podendo surgir em qualquer parte do corpo, mas alguns órgãos são mais afetados do que outros. Entre os mais afetados estão próstata, mama, colo do útero, pulmão, cólon e reto (intestino grosso), estômago e cavidade oral (boca). Cada órgão, por sua vez, pode ser afetado por tipos diferenciados de tumor, menos ou mais agressivos.
A prevenção do câncer nem sempre é possível, mas há
fatores de risco que estão na origem de diferentes tipos de tumor. O
principal é o tabagismo. O consumo de bebidas alcoólicas e de gorduras
de origem animal, dieta pobre em fibras, vida sedentária e obesidade
também devem ser evitados para prevenir os tumores malignos. São raros
os casos de câncer que se devem apenas a fatores hereditários.
Ações de prevenção primária e detecção precoce de doenças
são capazes de reduzir a mortalidade, melhorar o prognóstico e
qualidade de vida dos doentes.
Ela explica que o tratamento do câncer é feito por meio
de uma ou várias modalidades combinadas. A principal é a cirurgia, que
pode ser empregada em conjunto com radioterapia, quimioterapia ou
transplante de medula óssea. O médico vai escolher o tratamento mais
adequado de acordo com a localização, o tipo do câncer e a extensão da
doença. Todas as modalidades de tratamento são oferecidas pelo SUS.
As informações sobre a incidência de câncer
originam-se principalmente dos Registros de Câncer de Base Populacional -
RCBP. Tais informações são fundamentais para definir o papel de fatores
etiológicos e estabelecer prioridades na prevenção, planejamento e
gerenciamento dos serviços de saúde. A Paraíba possui o RCBP, que é um
centro sistematizado de coleta, armazenamento e análise da ocorrência e
das características de casos novos (incidência) de câncer em uma
população, onde são coletados os casos de câncer dos pacientes
residentes na capital, conforme determinação e orientação do INCA.
Paulo Cosme
paraiba.com
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