Um mês após ser demitido do São Paulo, o técnico Ney Franco decidiu quebrar o silêncio e veio a público responder às críticas que tem recebido, principalmente, do goleiro e capitão são-paulino Rogério Ceni.
Em entrevista ao jornal 'O Globo', o ex-treinador do Tricolor falou sobre a saída do clube, do trabalho (bom, em sua opinião) à frente da equipe e de como era a relação entre ele e Ceni, conturbada depois de seguidos episódios de desentendimento entre as partes. Ainda, de acordo com Ney, o camisa 01 é um dos responsáveis por Paulo Henrique Ganso ser tão contestado dentro do Morumbi.
- Sem dúvida, extrapolou o limite (de um jogador). Até participa da vida política do clube, há uma disputa por seu apoio político. Ele tem consciência do que representa. Em 2013, não tive nele o capitão que precisava. Havia a preocupação de quebrar marcas individuais. Até emcontratações: se chega um nome que é do interesse dele, ele fica na dele; se não é, reclama nos corredores. E isso chega aos contratados, como Ganso, Lúcio. E eu, como técnico, ficava no meio disso - disse o técnico.
Além da relação deteriorada com Rogério Ceni, Ney Franco nega que o distanciamento de Milton Cruz da comissão técnica tenha sido sua "culpa". Conforme declara na entrevista, o coordernador técnico são-paulino foi convidado para trabalhar junto de seu auxiliar, Éder Bastos, que era muito contestado pelo elenco tricolor.
- Ele (Milton Cruz) é muito ligado ao clube. Em qualquer problema que envolva alguém que tenha poder de convencimento no São Paulo, ficará deste lado. Antes da minha queda, me foi dito que ele já tinha ligado para outro treinador. Fico à vontade para falar, porque não tive qualquer problema direto com ele. No primeiro treino, eu e meu auxiliar (Éder Bastos) o chamamos para o campo. Ele não quis. Não o afastamos. Meu auxiliar foi massacrado. Ele trabalha muito e, pela primeira vez, vi um profissional ser penalizado por trabalhar muito. Se ele tirou espaço de outro, é porque este profissional não ocupou um espaço - prosseguiu Ney.
Ney Franco comandou o São Paulo em 79 partidas, somando 41 vitórias, 22 derrotas e 16 empates - aproveitamento de 58,6%. Pelo clube, conquistou de forma invicta a Copa Sul-Americana do ano passado ao bater o Tigre (ARG) na decisão. Nesta temporada, caiu na semifinal do Paulistão para o Corinthians e nas oitavas de final da Libertadores para o Atlético-MG, quedas que custaram seu cargo. Recentemente, recebeu sondagens de clubes da Série A do Brasileiro e chegou a conversar com o Fluminense. No momento, o técnico está desempregado.
esportes.opovo
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