Desde pequena, Larissa Araújo aprendeu que não há limites para buscar e realizar seu maior sonho. A menina de 11 anos quer ser bailarina profissional e, para isso, junto com a sua avó, pega três ônibus para ir de Porto Santana, em Cariacica, até Praia da Costa, em Vila Velha, onde faz suas aulas de jazz e balé. O esforço de quase quatro horas diárias dentro de um ônibus começa a dar frutos. Larissa foi selecionada e ganhou uma bolsa para realizar cursos em grandes companhias de dança de Miami e Nova York e terá a oportunidade de se apresentar no famoso palco de Broadway.
Para Larissa, não há cansaço em sua rotina de estudos pela manhã e balé a tarde e a noite.“Vale a pena. Eu amo dançar e sonho com isso sempre”, disse a pequena. O talento para o balé, segundo a avó Maria da Penha Silva, vem desde cedo. “Ela era criancinha e já falava em dançar, adorava balé, e a gente incentivava ela a dançar e via que ela tinha talento”, contou a avó.
A prática do balé, no entanto, exige investimentos financeiros. As roupas e mensalidades das aulas não cabem no bolso da família de Larissa. Devido ao talento desenvolvido em um projeto social de Cariacica, a menina conseguiu uma bolsa em uma escola de dança de Vila Velha. O local fica distante de sua casa e, para chegar até lá, é preciso pegar três ônibus para ir e mais três para voltar. Nem isso desanimou a menina.
Era necessário então que alguém a acompanhasse até as aulas. Como sua mãe e seu pai trabalham fora, a avó, de 70 anos, assumiu a função de fiel escudeira da neta. Todos os dias, de segunda a sexta-feira, ela leva Larissa até a aula. “Mesmo quando chove a gente vai. Nunca faltamos uma aula. É um grande sonho para ela, que me dá muito orgulho”, relatou Maria da Penha.
A mercê do transporte púbico, Larissa fica aflita no ponto de ônibus. Um atraso do coletivo altera toda sua rotina. “Já perdi pedaços de algumas aulas por causa dos ônibus, mas como faço três aulas, nunca perco ela toda”, falou a menina.
Sonho com o exterior
Moradora de bairro carente, a possibilidade de viajar e dançar fora do país nunca passou pela cabeça da criança. “Nunca tinha pensado nisso, mas agora que tenho a chance fico sonhando com isso sempre. Lá deve ser tudo bonito, as ruas, casas, prédios. É um sonho”, disse.
Moradora de bairro carente, a possibilidade de viajar e dançar fora do país nunca passou pela cabeça da criança. “Nunca tinha pensado nisso, mas agora que tenho a chance fico sonhando com isso sempre. Lá deve ser tudo bonito, as ruas, casas, prédios. É um sonho”, disse.
Larissa e mais duas meninas capixabas embarcam para os Estados Unidos no dia 15 de julho. Lá, passarão 11 dias em Miami e 15 em Nova York. “Ficamos sabendo da seleção em cima da hora e era preciso gravar um vídeo dançando e fazer uma apresentação em Goiânia. Fizemos tudo, e conseguimos a aprovação das meninas. De cara, o diretor do Miami Ballet ficou encantado com a Larissa”, apontou a professora de dança Ludmila Machado. A família de Larissa conseguiu apoiadores que bancaram os custos da viagem.
De acordo com a professora, o potencial de Larissa a impulsiona para voos mais altos. “Dançar não é só executar passos. É um amor que vem de dentro, e isso ela tem. Essa é uma grande oportunidade. Além do curso e das apresentações, ela pode ser vista por olheiros e receber convites. Sem dúvida, tem um futuro brilhante e um enorme potencial”, concluiu.
Dedicação e sonhos
Assim que chega para a aula, Larissa coloca a sapatilha e corre para o salão. Os olhos ficam vidrados na professora e ela repete cada passo. A admiração pela professora faz com que ela nutre um outro sonho. “Quando eu crescer também vou querer ser professora de dança”, conta Larissa.
Assim que chega para a aula, Larissa coloca a sapatilha e corre para o salão. Os olhos ficam vidrados na professora e ela repete cada passo. A admiração pela professora faz com que ela nutre um outro sonho. “Quando eu crescer também vou querer ser professora de dança”, conta Larissa.
Após três horas de aula, avó e neta caminham para o longo trajeto de volta. Na cabeça, os Estados Unidos e a sensação de dever cumprido. “Dançar é muito bom, vale à pena”, disse a menina.
globo.com
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