Mídia nacional volta a mirar na PB e aponta Ensino Fundamental do Estado como um dos quatro piores do país
A versão impressa do jornal Folha de São Paulo deste domingo (07) veiculou reportagem sobre a dura realidade da Educação em alguns estados brasileiros, e apontou a Paraíba entre os Estados que apresentam um dos piores desempenhos no Ensino Fundamental.
A reportagem traz como tema central críticas severas à situação do Rio Grande do Norte, estado vizinho à Paraíba, onde ocorre rodízio de alunos devido à falta de professores – diferente da Paraíba, onde ocorre rodízio de aulas em virtude da falta de carteiras escolares para acomodar todos os estudantes matriculados.
Ao fazer comparações entre o Rio Grande do Norte e outros estados brasileiros, a Folha diz que, na avaliação do desempenho nos chamados “anos finais” do ensino fundamental, o Rio Grande do Norte fica empatado com Paraíba, Bahia e Sergipe. “Com 2,9 no Ideb, a rede estadual não cumpriu a meta para o 9º ano e ficou abaixo da média nacional, de 3,9”, diz a Folha em relação a estes estados.
Veja a reportagem, na íntegra:
Rio Grande do Norte faz 'rodízio' de aluno devido à falta de professor
Estudantes do Estado vão para a escola em três dias da semana e nos outros dois ficam em casa
Sindicato potiguar dos professores estima que cerca de 20% dos alunos do Estado são atingidos pela medida
DANILO SÁCOLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM NATAL
Com um número insuficiente de professores, a rede estadual de ensino do Rio Grande do Norte decidiu adotar um "rodízio" de alunos.
Ao longo da semana, em geral, os alunos têm passado três dias em sala de aula e os outros dois em casa. O "rodízio" atinge principalmente adolescentes dos últimos anos do ensino fundamental.
O sindicato potiguar dos professores estima em cerca de 20% os estudantes do Estado atingidos pela medida. A rede tem cerca de 280 mil alunos -destes, 56 mil no rodízio, segundo o sindicato.
Nesta semana a Folha visitou algumas dessas escolas.
Uma delas é a Escola Estadual Aldo Fernandes de Melo. Ela tem cerca de 1.200 alunos, biblioteca, laboratório de informática e salas de aulas em boas condições. No entanto, faltam professores de diferentes disciplinas, e cada turma só frequenta a escola três vezes por semana.
"Cada turma fica pelo menos dois dias em casa", disse a diretora, Marluce da Silva.
"Estamos sendo obrigados a escolher quais turmas terão as disciplinas", completou.
A própria diretora lembra que a medida vai contra a LDB (Lei de Diretrizes e Bases), que determina o cumprimento de, no mínimo, 200 dias letivos ao ano.
Se um aluno passar todo o ano letivo nesse regime, terá tido apenas 120 dias de aula.
Segundo o governo de Rosalba Ciarlini (DEM), já foram convocados mil professores e outros 500 aprovados em concurso serão chamados nos próximos dias para tentar resolver o problema.
Na periferia de Natal, um dos alunos em "rodízio" é André Mateus Silva, 14, do sétimo ano. "Na hora que deveríamos estar aprendendo na escola estamos em casa."
Joyce Lohane da Silva, 13, e colega de sala de aula de André, afirma que a turma está se preparando para disputar uma vaga no IFRN (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte).
"Como estamos sendo prejudicados, não estamos preparados [para o concurso]", disse a estudante, que sonha se formar em medicina.
INTERIOR
Segundo o Sinte-RN (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do RN), o deficit de profissionais não se restringe apenas a Natal. No interior, a situação é parecida.
De acordo com números do último Ideb (Instituto de Desenvolvimento da Educação Básica), de 2011, o Rio Grande do Norte tem um dos piores desempenhos no ensino fundamental do país.
Nos anos iniciais, o Estado fica à frente apenas de Alagoas, que aparece como último colocado no país. Nos anos finais, ele fica à frente de Alagoas e empatado com Bahia, Paraíba e Sergipe.
Com 2,9 no Ideb, a rede estadual não cumpriu a meta para o 9º ano e ficou abaixo da média nacional, de 3,9.
Redação com Folha/pb agora
A versão impressa do jornal Folha de São Paulo deste domingo (07) veiculou reportagem sobre a dura realidade da Educação em alguns estados brasileiros, e apontou a Paraíba entre os Estados que apresentam um dos piores desempenhos no Ensino Fundamental.
A reportagem traz como tema central críticas severas à situação do Rio Grande do Norte, estado vizinho à Paraíba, onde ocorre rodízio de alunos devido à falta de professores – diferente da Paraíba, onde ocorre rodízio de aulas em virtude da falta de carteiras escolares para acomodar todos os estudantes matriculados.
Ao fazer comparações entre o Rio Grande do Norte e outros estados brasileiros, a Folha diz que, na avaliação do desempenho nos chamados “anos finais” do ensino fundamental, o Rio Grande do Norte fica empatado com Paraíba, Bahia e Sergipe. “Com 2,9 no Ideb, a rede estadual não cumpriu a meta para o 9º ano e ficou abaixo da média nacional, de 3,9”, diz a Folha em relação a estes estados.
Veja a reportagem, na íntegra:
Rio Grande do Norte faz 'rodízio' de aluno devido à falta de professor
Estudantes do Estado vão para a escola em três dias da semana e nos outros dois ficam em casa
Sindicato potiguar dos professores estima que cerca de 20% dos alunos do Estado são atingidos pela medida
DANILO SÁCOLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM NATAL
Com um número insuficiente de professores, a rede estadual de ensino do Rio Grande do Norte decidiu adotar um "rodízio" de alunos.
Ao longo da semana, em geral, os alunos têm passado três dias em sala de aula e os outros dois em casa. O "rodízio" atinge principalmente adolescentes dos últimos anos do ensino fundamental.
O sindicato potiguar dos professores estima em cerca de 20% os estudantes do Estado atingidos pela medida. A rede tem cerca de 280 mil alunos -destes, 56 mil no rodízio, segundo o sindicato.
Nesta semana a Folha visitou algumas dessas escolas.
Uma delas é a Escola Estadual Aldo Fernandes de Melo. Ela tem cerca de 1.200 alunos, biblioteca, laboratório de informática e salas de aulas em boas condições. No entanto, faltam professores de diferentes disciplinas, e cada turma só frequenta a escola três vezes por semana.
"Cada turma fica pelo menos dois dias em casa", disse a diretora, Marluce da Silva.
"Estamos sendo obrigados a escolher quais turmas terão as disciplinas", completou.
A própria diretora lembra que a medida vai contra a LDB (Lei de Diretrizes e Bases), que determina o cumprimento de, no mínimo, 200 dias letivos ao ano.
Se um aluno passar todo o ano letivo nesse regime, terá tido apenas 120 dias de aula.
Segundo o governo de Rosalba Ciarlini (DEM), já foram convocados mil professores e outros 500 aprovados em concurso serão chamados nos próximos dias para tentar resolver o problema.
Na periferia de Natal, um dos alunos em "rodízio" é André Mateus Silva, 14, do sétimo ano. "Na hora que deveríamos estar aprendendo na escola estamos em casa."
Joyce Lohane da Silva, 13, e colega de sala de aula de André, afirma que a turma está se preparando para disputar uma vaga no IFRN (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte).
"Como estamos sendo prejudicados, não estamos preparados [para o concurso]", disse a estudante, que sonha se formar em medicina.
INTERIOR
Segundo o Sinte-RN (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do RN), o deficit de profissionais não se restringe apenas a Natal. No interior, a situação é parecida.
De acordo com números do último Ideb (Instituto de Desenvolvimento da Educação Básica), de 2011, o Rio Grande do Norte tem um dos piores desempenhos no ensino fundamental do país.
Nos anos iniciais, o Estado fica à frente apenas de Alagoas, que aparece como último colocado no país. Nos anos finais, ele fica à frente de Alagoas e empatado com Bahia, Paraíba e Sergipe.
Com 2,9 no Ideb, a rede estadual não cumpriu a meta para o 9º ano e ficou abaixo da média nacional, de 3,9.
Redação com Folha/pb agora
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