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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Boletim Focus aumenta projeção de inflação para 5,71% neste ano Piora nas estimativas para os preços acompanha expectativa de nova alta da Selic

 
Os economistas consultados pelo Banco Central (BC) elevaram praticamente todas as projeções de inflação para 2013 e 2014. A nova piora ocorre após a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro, que ficou acima das projeções e levou o governo a dizer que o indicador está em “patamares desconfortáveis”.

De acordo com a pesquisa Focus do BC, divulgada ontem, a previsão para o IPCA de 2013 subiu pela sexta semana consecutiva e está agora em 5,71%. A meta de inflação é de 4,5%, com tolerância de dois pontos percentuais, para cima ou para baixo. Para 2014, a projeção foi mantida em 5,5%. Também foram revistas para cima as projeções para o IPCA nos próximos 12 meses, para o IGP-DI deste ano e para o IGP-M de 2013 e 2014.

A pesquisa mostrou ainda que, entre os economistas com maior percentual de acerto no levantamento, a previsão é de um IPCA de 5,7% neste ano e de 6,5% no próximo, valor que está no limite da meta. Em janeiro, o índice ficou em 0,86%, a maior variação para o mês em dez anos, o que elevou a taxa anual para 6,15%. A alta poderia ser ainda maior, se o governo federal não tivesse negociado com prefeitos a postergação do reajuste dos transportes urbanos. Também foi adiado, para fevereiro, o aumento dos combustíveis.

A piora nas estimativas para os preços foi acompanhada de uma expectativa de que o BC volte a elevar a taxa básica de juros (Selic) em janeiro de 2014. Antes, a estimativa era de alta em fevereiro. Apesar da antecipação, o mercado ainda vê uma taxa nos atuais 7,25% até o fim deste ano e uma alta para 8,25% ao ano no fim de 2014.

A previsão de crescimento da economia brasileira em 2013 recuou de 3,1% para 3,09%. Para 2014, subiu de 3,7% para 3,8%. A projeção para o crescimento do setor industrial neste ano caiu de 3,17% para 3,1%. Para 2014, espera-se uma aceleração, para 3,7%, mesma projeção da pesquisa anterior.

Felipe Queiroz, economista da Austin Asis, projeta um crescimento mais forte da economia brasileira, de 3,7% e 4,3%, respectivamente, neste e no próximo ano. Também avalia que esse ritmo mais acelerado vai levar a um aumento maior dos juros, que deverá começar já no segundo semestre de 2013. “Acreditamos que a Selic deve encerrar 2013 em 8,75%, diferentemente do que aposta a maior parte do mercado”, afirmou. “Para 2014, projetamos chegar a uma taxa de 9,5% ao ano, motivado por um nível de atividade mais robusto, não só pelo mercado doméstico, mas também no cenário externo, com Estados Unidos e Europa em um processo de recuperação mais consistente da economia.”

Em relação ao dólar, a projeção para a taxa de câmbio no final de 2013 recuou de R$ 2,05 para R$ 2,03. Quatro semanas antes estava em R$ 2,07. Para o fim de 2014, caiu de R$ 2,07 para R$ 2,05. Para o fim de fevereiro e março, a estimativa está em R$ 2,00.

Com relação ao déficit em transações correntes em 2013, a mediana das expectativas subiu de US$ 62,65 bilhões para US$ 64,00 bilhões. A estimativa de superávit comercial em 2013 foi mantida em US$ 15,50 bilhões. As estimativas para o ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) foi mantida em US$ 60,00 bilhões para 2013 e para 2014. 


jcrs.uol

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