PEQUIM - A direção da filial do "New York Times" na China denunciou nesta quinta-feira que os jornalistas do diário tem sido atacados por hackers do governo chinês, fato que foi negado com veemência pelo Ministério das Relações Exteriores do país. Segundo o "NYT", os métodos utilizados pelos invasores estão associados a militares chineses e visam a quebrar a segurança do correio eletrônico do repórter que escreveu uma matéria sobre o patrimônio milionário do primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao.
Em nota, o jornal acrescentou que vem sido atacado há quatro meses e que contratou uma empresa de segurança digital para avaliar a situação. A companhia Mandiant descobriu que o hackers se infiltraram no sistema de e-mail de repórteres e teriam roubado senhas e documentos. As investidas começaram depois que o diário publicou uma matéria investigativa sobre um suposto enriquecimento ilícito da família de Jiabao, que aumentou seu patrimônio em milhões depois que o líder comunista entrou para a vida política.
Ao que parece, os invasores buscavam os nomes e informações sobre as fontes de David Barboza, que escreveu a reportagem sobre o premier. O diário já havia avisado a empresa AT&T, responsável pela segurança de informação do 'NYT' na China, que ficasse atenta a qualquer atividade suspeita depois da publicação da matéria, pois o governo chinês disse que a investigação sobre Jiabao "teria consequências".
O jornal assegurou que já conseguiu controlar a situação com a ajuda da Mandiant e que nenhum e-mail foi deletado. No entanto, os invasores poderiam ter feitos estragos maiores, e estavam ligados à estratégias usadas pelo Exército chinês nesse tipo de ação
- Se cada ação é examinada separadamente, pode-se dizer que é o Exército chinês - assegura Richard Bejtlich, responsável pela parte de segurança da Mandiant.
Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China disse que as acusações são "infundadas" e que acusar o governo sem provas é uma atitude "irresponsável" do jornal.
- Afirmar de forma arbitrária e concluir sem nenhuma prova concreta que a China participou de tais atos é totalmente irresponsável.
yahoo
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