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quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Balança comercial registra em 2012 menor superávit em dez anos


Balança comercial registra em 2012 menor superávit em dez anos
Em ano de crise internacional, superávit da balança somou US$ 19,43 bi. (Foto divulgação)Clique para ampliar a imagem
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Em ano de crise internacional, superávit da balança somou US$ 19,43 bi.
Analistas põem em dúvida resultado de 2012, que teve mudança de regras.


A balança comercial brasileira registrou um superávit (exportações menos importações) de US$ 19,43 bilhões em todo ano de 2012, informou nesta quinta-feira (2) o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Frente ao ano de 2011, quando o saldo positivo somou US$ 29,79 bilhões, foi registrada uma queda de 34,75%. O saldo positivo do ano passado também representou o menor superávit da balança comercial brasileira desde 2002 - quando as exportações superaram as importações em US$ 13,19 bilhões.

A queda do saldo comercial brasileiro aconteceu em meio à crise financeira internacional. Com crescimento menor da economia mundial, as exportações para outros países diminuíram. A crise financeira também gerou acirramento da competição internacional por mercados compradores, como o Brasil, e também dificultou as vendas externas brasileiras em outras nações.

Em todo ano passado, as exportações somaram US$ 242,58 bilhões, com média diária de US$ 966 milhões, enquanto as compras do exterior totalizaram US$ 223,14 bilhões (média de US$ 889 milhões por dia útil). Em relação ao ano de 2011, as vendas externas tiveram queda de 5,3% e as importações recuaram 1,4%, de acordo com dados do governo federal.

Analista põe resultado em dúvida
Além do saldo comercial divulgado oficialmente pelo Ministério do Desenvolvimento ter sido o menor em dez anos, analistas consultados pelo G1 lançaram dúvidas sobre o resultado do ano passado. Eles lembraram que, em julho, a Receita Federal editou a instrução normativa 1.282, que concedeu mais prazo para a Petrobras registrar, no Siscomex (Sistema de Comércio Exterior) do governo as importações de derivados de petróleo, como combustíveis.

Normalmente, as empresas têm 20 dias para fazer o registro. Para a Petrobras, foi concedido um prazo de até 50 dias, o que retardou o lançamento, neste ano, de operações de importação de combustíveis e lubrificantes. Sem essa alteração, segundo os especialistas em comércio exterior, as importações de combustíveis registradas seriam maiores ainda, o que diminuiria o valor do superávit comercial deste ano.

"A gente não sabe qual o resultado ainda. Faltam ser registrados mais ou menos US$ 6 bilhões . Isso até outubro. Novembro veio um valor que corrigiu uma pequeníssima parte. Em dezembro, pelo menos o que estamos vendo até agora , está abaixo do que seria necessário . Não vou dizer que o saldo está 'maquiado'. Mas está claramente defasado", disse José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).

O economista da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), Rodrigo Branco, também tem a mesma percepção. "O que a gente escuta dizer é que grande parte das importações de petróleo e derivados ainda ficaram para ser registrados neste ano <2013>. Já existe uma análise de mercado de que há US$ 6 bihões que não foi totalmente contabilizado no fim de 2012 e que uma parte disso, que a gente não sabe dizer quanto, ficaria para 2013. É um valor relevante, importante", declarou ele.

Expectativa para 2013
Para 2013, ano que ainda será influenciado pelos efeitos da crise financeira internacional e pela concorrência acirrada pelos mercados que ainda registram crescimento econômico - como é o caso do Brasil -, os economistas dos bancos acreditam que o valor do superávit da balança comercial (exportações menos importações) registrará nova queda, atingindo cerca de US$ 15,5 bilhões.

O Banco Central, por sua vez, projeta um superávit da balança comercial de US$ 17 bilhões para 2013, com exportações de US$ 268 bilhões e importações de US$ 251 bilhões. Já a Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê um saldo comercial positivo de US$ 18,1 bilhões neste ano.


Fonte: Portal G1/midiacon

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