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quinta-feira, 25 de outubro de 2012
Justiça de PE realiza audiência de trio acusado de comer e vender carne humana Nove testemunhas de acusação devem ser ouvidas hoje. Casal e amante foram presos em abril após atos de canibalismo e venda de empadas com "pedacinhos" de carne das vítimas
O Tribunal de Justiça de Pernambuco realiza nesta quinta-feira, a partir das 14h, a primeira audiência do processo de acusação das três pessoas suspeitas de matar, comer e vender a carne de três mulheres, em Olinda e na região de Garunhuns, cidade do interior do Estado. Jorge Beltrão Negromonte, de 51 anos, Isabel Torreão, de 51, e Bruna Oliveira, de 25, foram detidos em abril deste ano .
A audiência de instrução será realizada pela juíza Maria Segunda, responsável pela unidade judiciária. Ela deverá ouvir nove testemunhas de acusação indicadas pelo Ministério Público.
De acordo com a magistrada, os depoimentos servirão para reconstituir os fatos e auxiliar na compreensão do caso.
A Promotoria arrolou 20 pessoas, mas a vara apenas conseguiu localizar as nove que serão ouvidas nesta quinta. A audiência ocorrerá no Fórum Lourenço José Ribeiro, localizado na avenida Pan Nordestina. Nesta quinta-feira, será julgada a morte de Jéssica Camila da Silva Pereira, morta em 2008 em Rio Doce, região de Olinda. No entando, o trio ainda responderá pela morte de outras duas mulheres em Garunhuns.
Mortes
A Polícia Civil de Garanhuns prendeu em abril deste ano o trio acusado matar, esquartejar e comer partes dos corpos de pelo menos três mulheres.
Segundo os agentes do 2º DP, responsável pela prisão, as investigações começaram após o desaparecimento de uma jovem chamada Gisele, em fevereiro de 2007.As vítimas eram atraídas por uma falsa proposta de emprego de babá já que o casal, Jorge e Isabel, criava uma menina de 5 anos.
Ao chegar ao local, a candidata era abordada e morta pelo grupo. Os acusados revelaram ainda que a criança é filha da vítima Jéssica Camila.
A terceira acusada, Bruna Cristina era amante de Jorge e ajudava nas atividades da casa.Durante depoimento realizado separadamente na delegacia, Isabel confessou que eles eram membros de uma seita e realizavam constantes atos de "purificação da alma". Isabel explicou ainda que a vítima era morta e logo tinha a pele arracanda por Jorge, que chegou a registrar os assassinatos em um livro de cordel chamado "Revelações de um esquizofrênico".
Ela era conhecida na cidade por vender salgados e empadas. Aos investigadores, chegou a assumir que "só colocava alguns pedacinhos" de carne humana nas empadas e as vendia no pronto-socorro e órgãos públicos da região - assim como na própria delegacia.
Bruna também tinha um diário e relatava as mortes como "missões realizadas com sucesso" no processo de purificação da cidade. Entre os três, Bruna seria a que mais gostava de comer a carne das vítimas.
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