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terça-feira, 2 de outubro de 2012

Com manifestação de torcedores, Conselho aprova Diretas no Verdão

Torcedores protestam em frente a Academia de Futebol
O sócio do Palmeiras está cada vez mais próximo de ter o direito de escolher o presidente do seu clube. Em reunião do Conselho Deliberativo na noite desta segunda-feira, na Academia de Futebol, a proposta de eleições diretas para a presidência foi aprovada por unanimidade pelos 191 conselheiros presentes e só precisa agora do aval da Assembleia Geral de sócios, a ser realizada em novembro, para passar a valer já em 2014. 
Para o próximo pleito, em janeiro de 2013, não há tempo hábil para efetuar a mudança de método. Até o ex-presidente Mustafá Contursi, antes contrário ao projeto, votou a favor. O também ex-presidente Luiz Gonzaga Belluzzo e o candidato derrotado nas últimas eleições, Paulo Nobre, foram as ausências mais sentidas. Ambos alegaram motivos pessoais para não comparecer. Como o Conselho aprovou a proposta, basta 50% mais um associado aprovarem a medida na Assembleia, fato que é considerado “barbada” dentro do clube. 
Com o advento das Diretas, a maior parte dos sócios terá direito a voto para presidente nas próximas eleições – titular há, no mínimo, três anos. Hoje, apenas os cerca de 300 conselheiros decidem o futuro do Palmeiras. A luta é para que, num futuro breve, até os sócios-torcedores tenham o direito de escolher quem vai comandar o clube. 
A votação contou com manifestação maciça do lado de fora da Academia de Futebol. Torcedores se organizaram pelas redes sociais, e a estratégia deu certo: a Avenida Marquês de São Vicente, na zona oeste de São Paulo, ficou praticamente tomada pelos palmeirenses, que pediam a aprovação das Diretas. Em outras reuniões do Conselho, os torcedores já haviam protagonizado manifestações parecidas, sempre de forma pacífica. Antes da aprovação do projeto, houve votação para se decidir se ela seria aberta ou fechada - ou seja, se os conselheiros iriam ou não declarar seus votos abertamente. Só duas pessoas votaram para que fosse fechada, dentre elas o diretor jurídico, Piraci Oliveira.

Uma novela cheia de reviravoltas

 A proposta por eleições diretas para a presidência do Palmeiras foi protocolada em março do ano passado, com assinaturas de 81 conselheiros, número suficiente para que o projeto já fosse colocado em votação. No entanto, o presidente do Conselho, José Angelo Vergamini, engavetou a solicitação e colocou outras propostas à frente das Diretas para votação – inclusive aquelas que foram protocoladas só depois. 
A resistência às Diretas acometia principalmente os mais conservadores, ligados ao ex-presidente Mustafá Contursi. O Conselho só começou a se mexer quando a torcida passou a tomar conhecimento do projeto e pressionar os cardeais. Em várias reuniões dos conselheiros, torcedores se reuniram em frente ao CT e se manifestaram a favor das eleições diretas para a presidência.


Mustafá tentou melar as Diretas com o projeto de um Conselho Gestor, que tiraria todo o poder do presidente eleito pelos sócios. Com esse Conselho, o futebol seria gerido por três conselheiros – um deles vitalício. A enorme pressão fez o ex-presidente retirar o projeto da pauta, pelo menos por enquanto. Em 8 de agosto deste ano, o primeiro sinal de que as Diretas sairiam do papel: Vergamini convocou uma reunião extraordinária que contou com os autores do projeto, incluindo o ex-presidente Luiz Gonzaga Belluzzo. Depois disso, cinco reuniões setoriais serviram para debater mudanças e possíveis adendos ao projeto original. 
Com tudo arredondado, a votação foi marcada para esta segunda-feira. Se aprovada pelos sócios, as Diretas devem funcionar da seguinte forma: uma chapa que quiser se candidatar precisa de pelo menos 10% de aprovação no Conselho para poder iniciar sua campanha. 
Depois, pelo projeto original, é eleito presidente quem conseguir maioria simples dos votos em turno único – alguns setores trabalham para que a eleição seja realizada em dois turnos. O sócio votante precisa ter pelo menos três anos de ligação ao Palmeiras. O mandato do presidente fica mantido em dois anos, com direito a uma reeleição. 
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