Por John Ruwitch
HEFEI, China, 20 Ago (Reuters) - Um tribunal chinês sentenciou nesta segunda-feira a advogada Gu Kailai à pena de morte, mas suspendeu a execução da esposa de um ex-dirigente do alto escalão do Partido Comunista envolvido em um grave escândalo.
A suspensão da pena capital indica que Gu deve passar o resto da vida presa, depois de ser condenada pelo assassinato do empresário britânico Neil Heywood, no ano passado. O julgamento dela foi considerado o mais relevante na China em três décadas.
Agora, o Partido Comunista tem pela frente uma nova tarefa, politicamente mais perigosa: como lidar com Bo Xilai, marido de Gu, um político ambicioso e bem relacionado que dirigia o partido na região de Chongqing. Sua queda, no ano em que o PCC realiza seu processo de transição decenal, expôs divisões internas.
"Sinto que o veredicto é justo e reflete plenamente o respeito especial da corte pela lei, seu respeito especial pela realidade e, em particular, seu respeito especial pela vida", disse Gu durante a audiência, em imagens transmitidas pela TV oficial.
Gu, 53 anos, vestia camisa branca e terno preto. De pé, com expressão vazia, manteve as mãos postas diante de si, e fez uma pausa num momento da sua fala para buscar as palavras certas.
Durante o julgamento, em 9 de agosto, ela admitiu ter envenenado Heywood em novembro, por causa de ameaças feitas pelo britânico contra o filho dela, Bo Guagua, em decorrência de uma disputa empresarial.
Uma fonte judicial disse que o tribunal concluiu que Heywood de fato fez ameaças a Bo Guagua, mas que não chegou a agir. O tribunal também entendeu que as ações de Gu refletiam uma "deficiência psicológica", de caráter não revelado.
Gu poderá ser executada se cometer um novo crime nos próximos dois anos.
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