Cinco atletas filiados à Federação Paraibana de Paraquedismo (FPP) entraram para a história da modalidade ao participar do salto que quebrou e estabeleceu o novo Recorde Nordestino de Maior Formação de Queda Livre.
O salto realizado no último domingo, na cidade de Cascavel (CE), contou com a atuação de 20 paraquedistas do Ceará, Paraíba, Alagoas, Pernambuco, Maranhão e Bahia.
O presidente da FPP, Rômulo Carvalho, foi um dos atletas paraibanos selecionados para a proeza. "Mais de 50 paraquedistas do Nordeste foram até Cascavel para tentar participar da quebra do recorde.
Dois dias antes da tentativa, foi realizada uma seleção, em que participamos de vários saltos, para verificar as reais condições de vôo de cada um. Fiquei muito orgulhoso em ver cinco atletas filiados à federação paraibana sendo escolhidos".
Além de Rômulo Carvalho, foram selecionados da Paraíba, os atletas Sérgio Liova, Roberto Araújo, Joaquim Elias e Eduardo Mendonça.
Após a seleção, os vinte atletas iniciaram os treinos para a formação da figura encaminhada previamente para a Confederação Brasileira de Paraquedismo (CBP). "No sábado realizamos vários saltos, além de realizarmos treinos em solo. É um tipo de salto muito difícil porque além de formamos a figura proposta, precisamos obedecer a ordem de entrada de cada um dos paraquesdistas. Então, cada um precisa saber a hora certa de fazer a junção", explicou Rômulo Carvalho.
No domingo, às 10h30, depois de três tentativas, os 20 atletas conseguiram realizar a maior formação em queda livre do Nordeste.
"Além dos paraquedistas que buscavam o novo recorde, duas pessoas saltaram para filmar o vôo e ajudar a homologar o feito. Um árbitro da confederação foi enviado especialmente para o Ceará para confirmar o recorde. Ele analisou as fotos e filmagens da formação, em um telão, momentos depois do salto. Após contar o número de atletas participantes e confirmar a formação da figura pré-estabelecida, homologou a proeza", relatou o presidente da FPP.
Para a realização do salto histórico, foram utilizadas duas aeronaves Caravan, em vôo simultâneo, a 14 mil pés de altura. Segundo Rômulo Carvalho, a falta de aeronaves adequadas para a acomodação de vários paraquedistas é um dos fatores que dificultam ainda mais feitos como o realizado pelo grupo no último domingo.
"Aqui no Nordeste, são poucas as aeronaves que comportem muita gente ao mesmo tempo e que estejam em boas condições. Isso dá a quebra do recorde um significado ainda maior. Foi um sonho realizado. Mesmo para paraquedistas como eu, que possuem mais de mil saltos, é algo indescritível. Quando conseguimos a formação, alcançamos o que chamamos no esporte de "o barulho do silêncio". Foi lindo e estou muito orgulhoso de ter feito parte deste momento", declarou.
Nem bem quebraram o último recorde nordestino, estabelecido há 2 anos, por 16 paraquedistas, os atletas já estão pensando em superar o próprio feito no ano que vem. "Já temos o projeto de realizar uma formação em queda livre com 25 atletas, utilizando três aeronaves, mas tudo vai depender de patrocínio, porque o custo é muito alto. Para se ter uma ideia, cada um dos participantes desembolsou R$ 1.000 para concretizar este feito", revelou Rômulo Carvalho.
Paraquedismo na Paraíba
Na Paraíba, cerca de 80 atletas estão filiados à Federação Paraibana de Paraquedismo. O presidente da entidade estadual recomenda que os interessados na prática do esporte procurem um dos quatro clubes filiados à federação para receber o curso de formação. "Há três clubes em João Pessoa e um em campina Grande. Um dos clubes existentes na capital tem sede no Aeroclube da Paraíba. Lá, a pessoa interessada em fazer o curso de paraquedismo terá toda a instrução necessária", disse Rômulo.
No curso de formação, o aluno terá 10 horas de aulas teóricas nas quais receberá instruções a respeito da saída da aeronave, navegação e procedimentos de emergência, além de participar de simulações de saltos. Ao final das aulas teóricas, o aluno fará o primeiro salto, o chamado "salto gancho", em que há uma fita com uma das extremidades presas no paraquedas e a outra no avião, com o propósito da abertura do equipamento já no momento em que a pessoa se lança da aeronave.
Rômulo carvalho explica que são sete saltos deste tipo, em que o aluno utiliza capacete e rádio comunicador. "Ele recebe instruções de dentro do avião e também de um instrutor que fica no solo, dando orientações a respeito das curvas necessárias para atingir o alvo e fazer o pouso dom segurança. Apenas após o vigésimo salto, o praticante deixa de ser aluno e é inscrito na federação e na confederação como paraquedista".
O custo do curso de formação de paraquedismo é de R$ 600. O investimento dá direito ao paraquedas utilizado, às 10 horas/aulas teóricas, e o primeiro salto. Depois disso, cada salto custa R$ 120.
Segurança - Rômulo é categórico ao afirmar que hoje em dia a possibilidade de um acidente é muito remota, especialmente por causa do avanço tecnológico dos equipamentos.
"Os paraquedas hoje em dia possuem computador de bordo, chamado de dispositivo de abertura automática, que garante a abertura do velame, caso haja algum problema com o paraquedista. Isso praticamente acabou com a ocorrência de acidentes. Para se ter uma idéia, o último foi registrado em 1971, quando os paraquedas não tinham esta tecnologia", informou o presidente da Federação Paraibana de Paraquedismo.
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