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quinta-feira, 26 de abril de 2012

Taxa de desemprego no Brasil vai a 6,2% em março--IBGE


Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO, 26 Abr (Reuters) - O desemprego brasileiro subiu para 6,2 por cento em março, ante 5,7 por cento em fevereiro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.
O resultado do mês passado é o melhor para março desde 2002, quando iniciou a série histórica. Porém, a taxa é a maior desde junho de 2011, quando também ficou em 6,2 por cento.
Pesquisa da Reuters mostrou que, pela mediana das previsões de 19 analistas consultados, a taxa seria de 6,0 por cento no mês passado. As estimativas variaram de 5,8 a 6,1 por cento.
Segundo o IBGE, o aumento do desemprego deve-se às dispensas no começo do ano de empregados temporários contratados para festas de fim de ano, férias e verão. A partir de abril são esperados os primeiros sinais de redução na taxa de desemprego nas seis regiões metropolitanas.
"No primeiro trimestre é comum a taxa subir porque acontecem dispensas. A partir do mês de abril a expectativa é que ela pare de subir se o mercado de trabalho estiver aquecido, e que haja contratações para acabar com a fila de desempregados", disse o coordenador da pesquisa do IBGE, Cimar Azeredo.
O aumento do desemprego aconteceu nas seis regiões pesquisadas pelo IBGE. Em São Paulo, a mais importante da pesquisa com 40 por cento da força de trabalho, a taxa subiu de 6,1 por cento em fevereiro para 6,5 por cento em março. Na região, houve queda no emprego com carteira e por conta própria e dispensas nos setores de outros serviços, educação, saúde e administração pública e serviços domésticos.
Na média das seis regiões, o emprego com carteira caiu 1 por cento entre fevereiro e março e o pessoal ocupado caiu nos segmentos de comércio (-0,8 por cento), serviços prestados a empresas (-1,4 por cento), serviços domésticos (-1,3 por cento) e outros serviços (-0,5 por cento).
RENDIMENTO
O rendimento médio da população ocupada cresceu 1,6 por cento no mês passado ante fevereiro, e 5,6 por cento sobre março de 2011, atingindo 1.728,40 reais -também o maior da série histórica.
"O rendimento e a massa salarial foram recordes, e isso pode ser resultado da redução de trabalhadores temporários no mercado, porque eles ganham menos que a média", afirmou Azeredo.
"Mas há outros componentes que influenciam, como a inflação mais baixa e um efeito defasado do aumento do salário mínimo. Tudo isso garante um poder de compra maior", complementou o técnico do IBGE.
O IBGE informou ainda que a população ocupada cresceu 0,2 por cento em março na comparação com fevereiro e 1,6 por cento ante o mesmo período do ano anterior, totalizando 22,646 milhões de pessoas nas seis regiões metropolitanas avaliadas.
Já a população desocupada chegou a 1,5 milhão de pessoas, crescimento de 8,8 por cento ante fevereiro, e queda de 2,5 por cento sobre um ano antes. Os desocupados incluem tanto os empregados temporários dispensados quanto desempregados em busca de uma chance no mercado de trabalho.
Apesar da alta do desemprego nos 3 primeiros meses do ano, as taxas são menores que as observadas no mesmo período de 2011. Em janeiro, fevereiro e março deste ano a taxa de desemprego ficou em 5,5 por cento, 5,7 por cento e 6,2 por cento respectivamente, ao passo que em 2011 as variações foram de 6,1 por cento, 6,4 por cento e 6,5 por cento, respectivamente.
A média do primeiro trimestre de 2012 está em 5,8 por cento, ante 6,3 por cento nos 3 primeiros meses do ano passado. O ano de 2011 fechou com uma taxa média de desemprego de 6 por cento, segundo o IBGE.
"As quedas na taxa de desemprego tendem a ser cada vez menores à medida que você se afasta de períodos de crise, quando a taxa sobe em um ano e cai mais forte no seguinte", avaliou Azeredo. "As mudanças tendem a ser menores na taxa de desemprego, o que pode sugerir que estejamos perto de uma estabilização", adicionou ele.
O emprego é uma das principais preocupações deste ano para o governo, que vem se empenhando para garantir crescimento econômico na casa de 4 por cento no período. A atenção redobrou porque, em 2011, o país registrou expansão de apenas 2,7 por cento.
Para tanto, entre outras ações do governo, o Banco Central reduziu a Selic desde agosto passado, passando a taxa básica de juros do país a 9 por cento na semana passada. Barateando o consumo com a redução do custo do crédito, o governo consegue estimular a atividade.
O mercado de trabalho vem mostrando alguns sinais de desaceleração. Em março, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, a economia brasileira gerou 111.746 postos de trabalho, quase 21 por cento a mais do que em igual período de 2011. O resultado mensal, no entanto, mostrou queda sobre fevereiro, quando foram abertas 150.600 vagas formais no país.

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